[Intro]
1Kilo
[Verso: Funkero]
A burguesia fede, fede
Nem o perfume mais caro disfarça o cheiro de merda que eles tem na pele
Tô ligado que vocês me odeiam
Me consideram perigoso
Só porque sou favelado, inteligente e orgulhoso
Vocês queriam que eu fosse imbecil
Ostentando ilusão igual a maioria
Mas ao invés disso me mantenho estudando
Lendo todos os dias
Pesadelo de vocês é que a gente saiba mais
Leia mais, pense mais, questione toda mentira dos jornais
Já pensou se todo jovem pobre que começa a traficar
Ao invés disso estudasse pra passar em um vestibular?
O maior medo do rico é o pobre pensar sozinho
Por isso que livros são caros demais e droga é tão baratinho
Socialite, empresário
Morrem de medo que nós nos formemos
Querem que nos matemos. Nos induzem a ingerir veneno
Desde pequenos nos querem apáticos, inaptos e anestesiados
Ostentando imbecilidade, retardados
Igual ovelhas no cercado
Seus talheres de prata, seus bons costumes
Seu glamour não disfarça
A podridão da sua raça, vocês financiam a desgraça
Meu raciocínio é um insulto, aos olhos da high society
Sou herege, renegado
Todo aristocrata é culpado por cada tiro dado
Burguês senhor de engenho, PM capitão do mato
Vocês se julgam elite, são cúmplices de assassinato
Eu fui criado igual rato
Vim do esgoto direto pra sua sala de jantar
Tocando no assunto que ninguém mais quer falar
Hipócritas fúteis, suas mansões tem cheiro de carne queimada
Sorrisos de botox, caras plastificadas
Ei, madame, foda-se seu sobrenome
Enquanto alguns morrem de fome
Seu mundo é mais falso do que seu peito de silicone
Aproveite seu jardim com flores de plástico
Pago as custas de bairros sem saneamento básico
Burguês filho da puta, Pôncio Pilatos
Você queria que eu morresse, eu virei literato
Formadores de opinião, elite brasileira, vocês me dão nojo
Com todo respeito, vão se foder vocês todos
Toda criança pobre tem potencial pra se tornar
Um Eduardo Galeano ou um Pablo Escobar
Playboy, racismo é real, entenda
Sua família mantinha escravos na fazenda
Latifúndio é a tua fonte de renda
Querem a volta do pau de arara, dos militares, vermes escrotos
Político bom é político morto
Cópias de Hitler de quinta categoria
Palhaços bolsonazis, reis da hipocrisia
Vocês são o demônio vestindo um belo disfarce
Me querem na sarjeta, fodido, doente, viciado em crack
O sangue do meu povo paga seu Jaguar
Seu iate, sua mansão, sua mulher, seu champagne, seu caviar
Seus bens têm cheiro de merda
Seus prédios parecem mausoléus
Olha pro alto, tenta achar o que sobrou do Céu
Isqueiro na minha mão, gasolina no seu terno
Até logo, cuzão, nos encontramos no inferno
Cheiro de cadáver na sua pele
Na sua cabeça, ao invés de cérebro, fezes
A burguesia fede, fede
[Saída - Scratches: Erik Skratch]
Rico quer levar uma com nóis
Querem me eliminar
Pare por o seu fascismo
Rico quer levar uma com nóis
Fica bolado
Vamos apagá-los com nosso raciocínio
Rico quer levar uma com nóis, nóis
Querem me falar
Pare por o seu fascismo
Rico é podre, é lixo
Vamos apagá-los com nosso raciocínio